quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Poema: Tempos encontrados na história

Tempos encontrados na história


Percorrendo caminhos enigmáticos,
De uma triste infância,
Bocage conseguiu chegar às letras.

Das letras chegar ao doce coração,
Dos leitores dos poemas.

Antes dos poemas,
Conseguiu ter a liberdade,
De ver, o mar!

Embarcar rumo a um destino incerto,
Percorrer milhas e descobrir ilhas.

Ver o sol, ver a lua.
Descobrir rostos errantes,
Entre as magoas da vida.

Encontrar as suas lágrimas dispersas,
Por nunca ter descoberto,
Um eu que o amasse de verdade!

Se o amor fosse denso,
O amor de Bocage seria mais leve,
Que uma pena de uma pomba.
Sobrevoando a estátua,
Que lhe dá a vida eterna no futuro
Dos homens!

Nas grades da prisão permaneceu,
A sua fúria, a sua raiva,
Mas nunca morrera a sua vontade,
De escrever o que a alma lhe ditara.

As letras serão sempre,
Pedaços desfragmentados,
Que podemos recordar de Bocage,
E de todas as pessoas,
Que vivem no passado,
De tempos encontrados na história.



Assinado: "um eu que tenta transformar as magoas em afectos" ou simplesmente Aida Silva

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