domingo, 28 de setembro de 2008

Nunca saberás… Nunca saberás!



Eu não te sei dizer,
Mas talvez sejas,
A minha inspiração,
Para eu poder voar.
E me sentir como um pássaro,
No mar a navegar!

O tempo passa na deriva,
Dos continentes quebrados,
Do sol poente que visa,
Purificar os céus!

O profundo olhar, ficará,
Marcado nas linhas,
Das palmas das minhas mãos!

E o sonho ficará guardado,
No cubo quadrado,
Do horizonte vasculhado!...

Nunca me irás conhecer!
Nunca saberás o que sou!
Nunca saberás… Nunca saberás!
O que a minha alma contem!
Como é feito o meu mundo!
Como choro e como sorrio!
Como Amo e como odeio!
O que vivo e o que morro!
Nunca saberás… Nunca saberás!

Assinado: “ um eu que é ele mesmo!” ou simplesmente Aida Silva.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Casarão, cor-de-rosa de pedra!


Grita e medita,
Sobre a luz,
Que o vento trás!

Espalha elementos,
Partículas cristalinas,
Do soprano violino,
Incandescente das manhãs,
Perdidas entre risos,
E minorias frontais!

Repartida na caixa vazia,
Do polar das estrelas,
Reduzidas a luz,
Primordial dourada!

Abre e vê,
O mundo que passa,
Por entre as frechas,
Das portas e janelas,
Do velho casarão.
Cor-de-rosa de pedra!



Assinado: “Um eu repartido…” ou simplesmente Aida Silva.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Visita...


Hoje fiz a minha boa acção do dia fui visitar uma idosa que teve a má sorte de cair pelas escadas e não morrer por um triz!...
Se calhar ainda tem que contar muitas histórias mais pela Terra como lhe disse quando lhe vieram as lágrimas aos olhos por nunca ter tido filhos e nunca ter casado, e que só dava trabalho aos outros!
Contudo tirei-lhe um sorriso! Deixe lá isso que os maus azares acontecem a toda a gente, ainda um dia destes ia partindo o nariz e aqui estou!...
O que vale é que mesmo depois da tristeza vem a alegria! Que vida triste a que viveu até aqui neste planeta! Foi com a roupa do corpo servir para uma casa de uns tipos que tinham dinheiro mas sentimentos poucos com 11 anos mais coisa menos coisa… a infância não teve tempo da viver, o crescer teve que ser da noite para o dia se queria sobreviver!...
Mais triste ficou quando lhe disseram que tinha que retirar os vasos com flores das escadas por causa da sua segurança, mas foram os vasos das flores que lhe ampararam a queda depois de ter perdido os sentidos… As flores são a sua única razão cordial de se sentir viva… partiu-me o coração vinda de uma pessoa tão simples e sem mágoas apesar da sua vida ter sido tão triste!...
Quando a for visitar de novo vou-lhe levar um vaso com violetas para ela lhes dar todo o amor que elas merecem…

Depois conto a alegria do seu sorriso por as ter recebido!...Vou-lhe roubar o maior sorriso que algum dia deu!...

Ainda as pessoas se queixam da vida que levam e do que têm! Se vissem onde esta idosa vive e a casa tão pequenina que tem…passava as pancas de muita gente por bens materiais e se calhar partilhavam mais com os outros em vez dos pisar!...
Fazer sorrir uma pessoa é tão simples, o que conta não é a grandeza do presente, o que conta é o sentimento do presente!... As pessoas simples gostam de receber coisas simples!...


Assinado por um eu que conta a realidade vivencial das coisas simples (A.S.)
Em homenagem a um grandioso ser que tem como nome: Lucinda! As suas histórias fascinam-me quando as escuto! Em outros tempos até a mão beijou do bispo não sei das quantas… Que Deus perdoe ao dito bispo, porque de ser humano teve pouco!... Devia de ter sido eu a beijar a mão com uma escarrada bem ranhosa! Há coisas que me fazem confusão na religião!... Há coisas que eu as coloco debaixo do tapete com uma pinta daquelas!... Lá porque se é pobre não significa que se seja escravo!...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O Faraó que se cuide!


Como seria o mar sem as baleias?
Como seria o sol sem a lua?
O que fariam os macacos sem as bananas?
O que seria de Romeu sem a Julieta?
O que seria eu se não existisse, para poder simplesmente chatear os outros?
O que… se… enfim uma tanga daquelas de pegar e fugir!
Sinceramente não percebo e também não adianta perceber a fuga dos outros!
Xiiiiiiiiiiiii…penico! Hoje estou filosófica a dobrar!...
É a vidinha! Já diz uma alminha penada aqui aos meus ouvidos!...
Fazia alguma diferença se virasse pó, cinza e nada como escreveu a nossa Florbela Espanca, pois espanca de espancar…
Vá riam-se, é para rir!....
Sinceramente não percebo, juro que não percebo!
Gostava de perceber! Mas acho que está a mil anos-luz!
Se calhar devia pintar o cabelo da fabulosa e fantástica cor que os homens tanto adoram, fazer uma plástica e virar a Deusa do Egipto!... Eu e o Faraó, ui ui … o Faraó que se cuide!...
Texto: Aida Silva

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A magia está dentro de ti!



Não interessa a volta,
Que o mundo dá!
Não é importante,
O que os outros vêem!

A magia está dentro de ti,
Ninguém a te poderá roubar,
Nem o maior ladrão do mundo!

O universo reproduz,
Estrelas cintilantes,
Que te conduzem,
Na madrugada mais fria!

Assinado: “Um eu que está na lua e que não quer de lá sair! Mas quem me diz: força tu consegues? Tudo eu! Incrível como a desistência é mais fácil!” ou simplesmente Aida Silva

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

só as crianças ....


Só as crianças para nos fazerem rir em momentos difíceis da nossa vida! Uma criança de quatro anitos vira-se para mim e diz-me: Quem é que está a te mandar mensagens? E eu respondo: É uma amiga! E ela de repente: Não, não, tu não podes ter amigos eu sou ciumenta!...

Só as crianças para nos fazerem rir em momentos de solidão nas nossas vidas! Numa daquelas de muitas travessias de barco pelo Tejo… uma criança de uns quatro, cinco anos, junto pela mão com o pai supus eu, vira-se de repente para mim e diz-me: queres ir jantar a minha casa?

Só as crianças para nos fazerem ver que o nosso trabalho profissional não foi em vão. Uma criança dos seus quatro anos em pleno centro comercial aos gritos a chamar por mim! Um orgulho daqueles!...

Só as crianças para nos mostrarem que a vida é apenas uma passagem e que alguns aspectos materiais não valem nada! Uma criança em plena manhã, quase madrugada, sozinha a apanhar um autocarro… Levei-a ao autocarro e fiz-lhe companhia durante algum tempo. E fiquei a saber naqueles minutos que valeram ouro de que a mãe andava na má vida da prostituição e o pai estava preso e que vivia com a avó, e que com aquela idade teve que crescer a força!... Chamava-se Daniel… nunca me esqueci dele até hoje! Ainda lhe dei o meu número de telefone caso precisa-se de alguma coisa, mas ele nunca ligou!...